28/12/2022 às 15h46min - Atualizada em 29/12/2022 às 00h09min

A difusão da cultura hispânica em Belo Horizonte

Imigrantes e organizações como o Instituto Cervantes colaboram com a divulgação da cultura e do ensino da língua hispânica, buscando manter vivas as tradições e memórias espanholas na cidade

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A Espanha e a cidade de Belo Horizonte estão interligadas pela enorme quantidade de imigrantes que vieram para cá no final do século XVIII e ao longo das décadas seguintes. Compondo sobretudo a classe operária, a principal contribuição dos imigrantes espanhóis para a nova capital foi na construção de edifícios públicos e de escolas tradicionais, erguidas por iniciativa de ordens religiosas da Espanha, como o colégio Santo Agostinho e o Loyola. A memória do povo espanhol em Belo Horizonte foi sendo mantida viva por diversas instituições e grupos ao longo das décadas, como o Grêmio Espanhol, o Centro Cultural Brasil Espanha e o Instituto Cervantes.

Um dos imigrantes que reside em Belo Horizonte é o educador Miguel Arroyo, que mesmo morando no Brasil há muitos anos, se empenha em divulgar a hispanidade e a história da Espanha. Nascido em 1935 em Castilla La Vieira, província de Burgos, ele veio para o país na década de 1950.


Mesmo tendo construído sua família e sua carreira fora da Espanha, Miguel carrega suas origens e tradições. “Me criei na agricultura e acompanhei meus pais e avós na plantação. Lá, quando estávamos na época da colheita, tínhamos diversas festas – da colheita do vinho, do centeio, da primavera. Ou seja, a cultura do meu povo está enraizada no cultivo. A cultura é algo que vem do ‘colo da terra’ para formar os sujeitos culturais. São as festas e as tradições que promovem as identidades culturais e foi nessa cultura que eu me formei; na cultura das bodegas, das mesas fartas, dos lares comandados pelas matriarcas”, conta.

Ainda segundo Arroyo, é importante não renunciar às raízes culturais e buscar ensinar essa cultura no Brasil“A cultura espanhola, incluindo a pintura, a arte, artistas como Goya e Picasso, são nossas riquezas universais, assim como Machado de Assis é uma riqueza universal do Brasil. Instituições como o Instituto Cervantes são sérias em difundir a cultura ibérica, mas reconhecendo as especificidades e riquezas da cultura brasileira. Trazem a cultura espanhola para ela dialogar com o que há de universal da cultura brasileira e assim é pelo mundo”, finaliza.

Instituto Cervantes de Belo Horizonte, órgão oficial do governo da Espanha, é referência no ensino do espanhol e na difusão da cultura hispânica moderna, dinâmica e acolhedora. Em 2022, o Instituto celebrou 31 anos de atuação em mais de 90 cidades de 43 países ao redor do mundo. A instituição, além de atuar como um instrumento de diplomacia pública, é voltada para aqueles que desejam aprender, mas também ajudar a manter viva a memória dos espanhóis que tanto contribuíram para a sociedade brasileira e belo-horizontina.
 


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