“Da mesma forma que ele foi convidado para uma visita aos Estados Unidos [antes da posse], mas não foi possível. Mas ele irá, já está acertada uma visita oficial aos Estados Unidos, da mesma forma que uma visita oficial à China, brevemente, no início do seu mandato, nos primeiros três meses, no máximo, imagino.”
No início deste mês, Lula teve uma reunião com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e outros representantes do governo Biden, em Brasília. O motivo principal do encontro foi convidar o próximo mandatário brasileiro para uma visita a Washington, antes mesmo da posse.
O convite sinaliza o interesse do governo estadunidense de frisar que as relações bilaterais com o Brasil são prioridade na agenda norte-americana.
No início de novembro, Sullivan informou que Biden pretende encontrar Lula pessoalmente para “expressar um compromisso real e motivação para proteger a Amazônia e falar sobre uma variedade de suportes que podemos dar, não apenas técnicos, mas também financeiros”.
Durante a reunião, que durou cerca de duas horas, foram colocados em pauta temas ligados ao meio ambiente, em especial, a importância de medidas contra as mudanças climáticas. Assim como o estabelecimento de uma nova governança mundial, como uma reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O presidente eleito também tem uma visita agendada com o presidente Xi Jinping, da China. Três dias após o encontro com os norte-americanos, Lula recebeu uma carta do chefe de Estado chinês reafirmando as congratulações pela vitória eleitoral do petista, além de reforçar o interesse na parceria entre as duas nações no âmbito global.
“Hoje recebi com satisfação carta do presidente Xi Jinping, reforçando os cumprimentos pelo resultado eleitoral, a amizade e parceria estratégica global entre nossos países e a visão de longo prazo das relações entre Brasil e China”, divulgou Lula, em publicação no Twitter.
Ao contrário da gestão de Jair Bolsonaro (PL), em que foi adotada uma retórica mais distante do governo chinês, a expectativa para os próximos quatro anos, em termos de política externa, é que Lula mantenha uma “equidistância pragmática” nas relações polarizadas entre EUA e China, mantendo boas relações com ambos os países.
Para além das relações diplomáticas e dos posicionamentos no jogo geopolítico, a China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil.