20/10/2022 às 10h28min - Atualizada em 21/10/2022 às 00h06min

Ações de combate ao bullying devem ser contínuas para levar a resultados positivos

No dia 20 de outubro, marcado no calendário mundial para discutir a problemática, instituição de ensino destaca iniciativas que têm ajudado a prevenir conflitos

SALA DA NOTÍCIA Kasane Comunicação Corporativa
Aula de Convivência Ética no Colégio Integrado com a professora Danusa Crislei (divulgação)
O bullying é um conjunto de violências que se repetem por algum período. Geralmente são agressões verbais, físicas e psicológicas que humilham, intimidam e traumatizam a vítima. A última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), divulgada, neste ano, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e repercutida pelo jornal Valor Econômico, apontou um percentual superior a 40% de estudantes que afirmaram ter sido vítimas de bullying. Nesse contexto, o dia 20 de outubro foi marcado no calendário mundial como uma oportunidade para discutir e buscar soluções para combater essa forma de violência.

No Colégio Integrado, em Goiânia, as ações implementadas contra a problemática são contínuas, pois a escola entende que o bullying não pode ser evitado ou resolvido com iniciativas esporádicas. Segundo a professora de Estudos Linguísticos e coordenadora do Programa de Convivência Ética da instituição de ensino, Danusa Crislei, o combate à prática é parte do projeto que ela coordena, que foi adotado no colégio em 2018. “É uma proposta ampla de melhoria das relações dentro da escola que trabalha a formação continuada de todos os colaboradores e a implementação de ações contra a violência, indisciplina, incivilidades e bullying, o que favorece a construção de um clima escolar positivo”, explica.

Dentro das diversas ações propostas pelo Programa, a professora destaca a implementação de uma aula semanal de Convivência Ética (CE), em que o currículo estudado é centrado no autoconhecimento, no conhecimento do grupo, nos valores éticos e nas competências socioemocionais, que oferecem aos alunos ferramentas para que possam exercitar a empatia, a escuta ativa, o autorrespeito e o acolhimento. “Ainda dentro das aulas de CE, há assembleias discentes em que os estudantes levantam pontos de atenção vividos pela turma e juntos buscam encaminhamentos, o que configura uma forma de protagonismo estudantil.  E isso, com certeza, é uma contínua ação que previne o bullying”, avalia.

De acordo com Danusa, outra ação é o trabalho da equipe de ajuda da escola, que foi desenvolvida com base nos Sistemas de Apoio entre Iguais, que surgiram no Canadá e, hoje, são vivenciados nas escolas norte-americanas e europeias. Trata-se de um grupo de estudantes que atua para que a convivência seja ética entre pares e presta ajuda a colegas, escutando quando esses têm problemas e os ajuda a resolvê-los mediante estratégias cooperativas, colaborativas e de mediação, procurando prevenir os conflitos ou estabelecer meios para que resolvam de forma pacífica. “Dessa forma, o Integrado demonstra acreditar em seus estudantes e permite a eles um grande desenvolvimento, uma vez que quem recebe ajuda se beneficia pelo ato em si, e quem a oferta recebe a confiança e a responsabilidade de ser capaz de proporcionar apoio”, pontua.

Laboratório Inteligência de Vida (LIV)
 
Com o intuito de desenvolver as habilidades socioemocionais de seus alunos, o Colégio Integrado, em parceria com o Laboratório Inteligência de Vida (LIV), possui ainda um projeto pedagógico voltado a trabalhar todo o conjunto de competências interpessoais, como comunicação, colaboração, criatividade, pensamento crítico, proatividade e perseverança, que impactam a vida pessoal e coletiva. O conteúdo envolve toda a comunidade escolar, que inclui pais, alunos do ensino fundamental e médio, além de professores e profissionais da educação.

Danusa ressalta que o desenvolvimento de habilidades socioemocionais na escola é uma responsabilidade que precisa ser compartilhada, para que os estudantes consigam aproveitar as oportunidades que aparecerão no futuro e encontrar soluções para elas. Nesse sentido, o colégio atua em parceria com as famílias: “Porque não adianta o filho aprender técnicas de comunicação no ambiente escolar, chegar em casa e não conseguir se comunicar com seus pais”, observa.

Casos emblemáticos
 
Inserido no contexto de saúde mental, o bullying é motivo de preocupação, especialmente nas escolas, por levar a situações como depressão, suicídio e distúrbios comportamentais. No catálogo da Netflix desde o início desse mês, o filme “Uma Garota de Muita Sorte” retrata os desequilíbrios sociais aos quais a prática pode estar associada, como o massacre da escola Columbine, em 1999, nos Estados Unidos, e inúmeros outros ocorridos naquele país. No Brasil, o caso mais recente aconteceu no último dia 5, quando um estudante de 15 anos foi detido após disparar uma arma de fogo contra três colegas em uma escola em Sobral, no Ceará, alegando ser vítima de bullying, conforme apurou o Correio Braziliense. 

No Colégio Integrado, a professora Danusa informa que há campanhas e rodas de conversa em que são analisados esses casos reais, para que os estudantes reflitam sobre as atitudes comportamentais que os provocaram, além de aprenderem a diferenciar a prática violenta de uma brincadeira. “Nesses momentos também são reforçados os perfis do autor, do alvo e da plateia, a fim de que possam fazer ajustes de conduta e entender que o autor não deve ser apenas punido ou transferido de escola, mas orientado; e de que a plateia é o oxigênio para que essa triste prática continue ocorrendo. Desse modo, os alunos entendem que as relações no colégio têm um valor inegociável: o respeito”, arremata.

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