10/10/2022 às 13h36min - Atualizada em 18/10/2022 às 00h02min

A tecnologia veio para ajudar?

Por Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha e Franciele Marilies Estevam (*)

SALA DA NOTÍCIA Assessoria Uninter
Banco de imagem - Freepik
Acredito que essa é uma dúvida que todos já tiveram. E de fato, podemos realizar esse questionamento atualmente. Afinal, quem não se lembra do desenho animado “Os Jetsons”? A princípio, era uma série animada, cujo primeiro episódio foi transmitido em 1962 e trazia atividades que iriam ocorrer no futuro. No entanto, por incrível que pareça, se analisarmos a tecnologia que temos disponível hoje, podemos pensar: o desenho animado fazia uma premonição?

Mas, ao pesquisar os recursos tecnológicos disponíveis, é possível realizar uma reflexão sobre a disponibilidade, facilidade, igualdade e infraestrutura digital de acesso a toda a população.  


Ao pensar nas gerações X, Y, Z e Alpha, a característica de cada uma delas e sua relação com a tecnologia, é possível perceber que mesmo na geração Z, que são os nascidos a partir da segunda metade da década de 1990, em meio ao mundo tecnológico, encontramos os que sentem dificuldade em certos assuntos dessa área, principalmente os jovens das classes C e D.

Da mesma forma, na geração Alpha, que são os chamados “nativos digitais”, nascidos a partir de 2010, encontramos crianças com dificuldade, ou até mesmo sem acesso a tecnologia. Dessa forma, pensem e se coloquem no lugar dos que nasceram entre 1980 e 1995, esses conhecidos como geração Y ou Millenium. Ou melhor, coloquem-se no lugar da geração X, que são os nascidos entre 1965 e 1980, esses sabem explicar o que é passar pelo avanço da tecnologia, mas isso não quer dizer que dominem o uso dela.

A geração Alpha já nasceu inserida no meio digital, a Z pegou a tecnologia disponível a todos e cresceu em meio tecnológico. A geração Y ou Milenium conseguiu acompanhar a modernização da tecnologia. Agora quanto à geração X, essa saiu de “zero” tecnologia a ter que realizar cadastro para se aposentar pela internet, entrar na fila do SUS virtual, pagar conta pelo aplicativo, enfim, encarar novos desafios diariamente para acompanhar o avanço da tecnologia.

Em relação à tecnologia atual, é muito comum ouvirmos diversos questionamentos de pessoas que são intituladas da geração X. As frases geralmente começam com: “na minha época...”; “quando eu era criança...”; “antigamente...”. Como exemplo: “antigamente eu sabia quantas pessoas tinham na fila quando eu estava aguardando, hoje...”; “essa tecnologia nunca funciona quando eu preciso ...”; “tem senha para tudo, hoje em dia ...”; “tudo é pela internet, ninguém mais atende a gente...”.

Alguns questionamentos não temos como contestar, pois a tecnologia não nos trouxe apenas coisas positivas. Diariamente temos que conviver com o lado positivo e negativo do desenvolvimento. Contudo, não temos como negar que, tirando as exceções, de forma geral, a geração X apresenta dificuldades com as novas tecnologias. A geração que vibrou com a chegada do videocassete, agora, tem que acessar os streamings. Quando logados, muitos conseguem, o problema é quando tem que inserir login e senha.  E lembrar a senha se torna uma tarefa difícil.

Neste momento, você deve estar pensando em todos os pontos positivos que a tecnologia trouxe para a maioria das pessoas. E exatamente nesse ponto, existe a afirmação de que a tecnologia ajuda e deixa a vida de muitas pessoas mais fácil e divertida. E o questionamento que podemos fazer em relação a isso é: “será que deixou a vida mais fácil para todos”?

Finalizando este texto, trago alguns dados referentes à tecnologia no Brasil. Segundo dados do IBGE educa sobre o uso da “Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC”, no Brasil, em 2019, a internet era utilizada em 82,7% dos domicílios, e o celular era o equipamento mais usado para o acesso, cuja principal finalidade é a troca de mensagens. Apenas 4,7% das residências não possuíam qualquer tipo de telefone. Isso mostra que a população brasileira está cada vez mais “conectada” à tecnologia.

Porém, ainda é perceptível a grande disparidade socioeconômica do país, inclusive, no acesso à internet, acarretando uma desigualdade digital que acaba refletindo negativamente na educação, emprego e acesso a serviços públicos. Ainda temos 33,9 milhões de brasileiros desconectados, predominantemente das classes C, D e E. É o que revela um estudo da PWC em parceria com o Instituto Locomotiva, publicado em 2022 sobre o abismo digital no Brasil.

Ao final deste artigo, pergunto a você, leitor, ele traz uma reflexão sobre a tecnologia para todos?


*Franciele Marilies Estevam é bacharel e licenciada em Geografia, bacharel em Turismo, especialista em Gestão de Projetos, professora da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter.

*Vera Cristina Scheller dos Santos Rocha, é licenciada em Geografia e especialista em Gerenciamento de Recursos Ambientais e em Educação Ambiental, professora da Área de Geociências do Centro Universitário Internacional Uninter.
 


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