ReproduçãoO lar não é só o ambiente em que uma pessoa encontra moradia física, mas também onde recebe acolhimento e proteção.
Contudo, quando uma decisão de um dos membros da família conflita com as tradições dela, principalmente religiosas, o que se vê, em muitos casos, são situações de hostilidade, chantagens e ameaças.
É isso o que ocorre com pessoas oriundas de países com costumes muçulmanos que decidiram se converter ao cristianismo depois de conhecerem a Fé no Senhor Jesus e terem suas vidas transformadas por Ele.
No anseio de protegê-las, suas famílias acabam adotando atitudes extremas de perseguição à fé cristã, o que faz com que elas precisem se isolar dentro da própria casa e não tenham mais convivência com seus entes queridos, como aconteceu com Vincent. Acompanhe a seguir a história dele.
“Eu tinha dores de cabeça constantes e visões noturnas. Além disso, quando eu era jovem, eu ia para a escola com muitas dores, meus olhos ficavam turvos e eu não conseguia nem ver o que estava escrito na lousa, mas, ao sair da escola, eu conseguia enxergar novamente.”
Vincent lembra que tinha pesadelos todas as noites: “eu sentia que alguém deitava sobre mim e, quando isso acontecia, eu ficava totalmente paralisado”. A mãe de Vincent sabia de seus problemas, mas não podia fazer nada. “Eu falava com ela e ela me compreendia, mas dizia que era para que eu guardasse aquilo dentro de mim.”
Na juventude, influenciado pelas amizades, Vincent começou a ter más atitudes. “A maioria dos meus amigos fumava e bebia e eles me forçavam a fazer o mesmo. Quando eu os seguia, eles aplaudiam. No dia seguinte, eu dizia que não queria mais fazer aquilo, mas não conseguia parar. Fazíamos tudo juntos, como ir às boates e até roubar.”
Até que, em certa ocasião, outros amigos de Vincent lhes fizeram um convite totalmente diferente: “eu já tinha passado em frente à Universal, mas não estava interessado em entrar. Esses amigos me encontravam no campo de futebol e insistentemente me diziam: ‘lá eles oram pelos doentes e por aqueles que não dormem’. Então, como eu não conseguia mesmo dormir e pela insistência deles, certa vez eu disse: ‘sexta-feira vou lá para ver o que acontece’”.
Vincent lembra que algo diferente aconteceu quando ele recebeu a primeira oração: “o Pastor começou a orar e eu ouvia atentamente tudo que ele dizia. Daquele dia em diante, eu disse a mim mesmo: ‘quero ser como esse pastor’.” Depois da reunião, ele voltou para casa se sentindo uma nova pessoa. “Dormi como nunca tinha dormido antes e no dia seguinte até acordei atrasado. Continuei indo à igreja, tudo começou a mudar e minhas dores de cabeça e meu problema de visão desapareceram.”
Aos poucos, Vincent foi aprendendo que precisava mudar internamente: “quanto mais eu frequentava a Igreja, mais eu aprendia a respeito da fé inteligente e passei a praticar todos os ensinamentos que recebia”.
Vincent conta o que aconteceu logo que decidiu seguir a Deus: “meu pai estava muito aborrecido com a igreja e me falou: ‘ou você escolhe aquelas pessoas ou sua família. Se escolher a igreja, não me considerarei mais seu pai, não terá mais lugar aqui na minha casa e não vai mais comer’. Ouvir isso foi terrível. Imagine o seu próprio pai dizer que não seria mais seu pai”.
Para tentar evitar mais conflitos em casa, Vincent se isolava no quarto e não falava com ninguém. “Eu chorava no meu quarto, pois ninguém falava comigo. Pela manhã, eu cumprimentava o meu pai e ele não me dava atenção.” Ele declara que às vezes se alimentava na casa dos amigos e, em seguida, voltava para casa só para dormir e que seu dia a dia era muito conturbado. Ele passava dias chorando e sem comer e, certa vez, presenciou um triste acontecimento, como relata: “eu fazia parte do grupo jovem da Igreja e algumas pessoas entraram no local ateando fogo, inclusive nos jornais que estavam lá.” Ele se recorda que a cidade toda ficou sabendo do fato e como isso lhe trouxe mais sofrimento: “meu pai me disse: ‘está vendo? Com a igreja queimada, agora ninguém, nenhum desses enganadores, estará mais lá para realizar os cultos. Falamos para você que isso iria acontecer, mas você não quis nos ouvir’. Eu trabalhava com um tio e, quando eu chegava no trabalho, ele também falava: ‘queimaram a igreja do Vincent, então, ele não vai mais lá’. Minha mãe concordava com eles e também me questionava: ‘viu o que aconteceu com essa igreja? Ouça o seu pai’.”
Apesar de ouvir tantas ameaças, Vincent continuou certo de que não abriria mão de sua fé e, logo depois, passou a investir no batismo com o Espírito Santo. “Eu falava para Deus que todos estavam contra mim, que eu era perseguido pela minha própria família, mesmo sem ter feito nada de errado, e que, por isso, eu precisava do Espírito dEle para suportar aquela situação. Falei para Deus: ‘se o Senhor está aqui, eu quero que o Senhor se manifeste na minha vida, pois, enquanto eles não virem o Senhor na minha vida, não vão me aceitar’.” E foi em uma quarta feira, no momento que Vincent buscava a Deus, que ele recebeu o seu bem mais precioso. “Daquele dia em diante, nada do que falavam me importava mais. Ter Deus dentro de mim era o suficiente. E assim, cerca de três meses depois disso, meu pai começou a me tratar bem e a mudar.”
Hoje, Vincent mora na África do Sul, serve a Deus como pastor auxiliar e dá um conselho a quem está passando por injustiças em razão da fé que professa: “fique firme no Senhor, apesar de não ser fácil. Quando você decide entregar sua vida para Jesus, sua família e os mais próximos se viram contra você, mas você precisa permanecer forte e na fé, porque Deus não abandona os que permanecem firme nEle.” E complementa, com base em sua experiência: “busque o Espírito Santo para vencer os desafios e as perseguições. Apenas com Ele foi possível que eu suportasse tudo que vivi”, conclui.
