03/10/2022 às 12h54min - Atualizada em 04/10/2022 às 12h10min

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos chama atenção para a importância do cuidado com o luto de pacientes e familiares

Abordagem multidisciplinar oferece cuidado físico, emocional, social e espiritual para proporcionar bem-estar e reafirmar a vida durante processo de finitude

SALA DA NOTÍCIA Paula Pitta
Divulgação
A importância de cuidar do luto de pacientes com doenças crônicas ameaçadoras da vida e de seus familiares é o mote da campanha pelo Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, celebrado este ano no dia 8 de outubro. Com o tema "Corações e Comunidades Curativas", a The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que se concentra no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos e Hospices, chama atenção para os benefícios de uma abordagem multidisciplinar, que proporcione bem-estar físico, emocional, social e espiritual ao paciente, mas também aos seus familiares.

De acordo com a entidade, nos últimos dois anos mais de 120 milhões de pessoas morreram no mundo, levando a mais de 1 bilhão de pessoas, entre familiares e cuidadores, a sofrer com a perda de entes queridos. Para especialistas, esse luto poderia ser vivenciado de uma forma mais humana e consciente, mitigando os impactos negativos desse momento. Os Cuidados Paliativos cumprem esse papel ao oferecer o cuidado do paciente e seus familiares, promovendo o controle adequado dos sintomas, mas também respeitando as crenças, valores e outras questões pessoais de cada indivíduo. "Nos Cuidados Paliativos, o paciente é visto por uma equipe multidisciplinar como protagonista do seu cuidado, valorizando tudo aquilo que faz sentido para ele e lhe proporcione bem-estar", explica Yanne Amorim, médica especialista em Cuidados Paliativos e coordenadora médica da Clínica Florence em Salvador (BA), único Hospital de Transição de Cuidados do Norte/Nordeste, especializado em Cuidados Paliativos de fim de vida - perfil Hospice.


Ela ressalta também que essa abordagem não é restrita ao período que antecede o falecimento, sendo ideal que se comece de forma precoce quando ainda há possibilidade de tratamento capaz de modificar a doença. Essa é uma forma de garantir mais qualidade de vida, conforto e acolhimento ao paciente e seus familiares. "O foco deixa de ser na doença, reforçamos a vida do paciente, quem ele é, o que gosta, o que lhe traz bem-estar. Dessa forma, reafirmamos a vida sem travar uma luta contra a morte, afinal a morte é uma etapa natural da vida", acrescenta a médica.

Essa abordagem permite que o paciente e seus familiares vivenciem o processo de finitude com mais leveza e consciência, mitigando a dor da despedida. Com câncer de próstata, o pai da assistente social Luciane Silveira recebeu cuidados paliativos de fim de vida durante internamento na Florence, garantindo o convívio com parentes e amigos com mais liberdade. “Foi um processo que proporcionou conforto a ele, que estava sempre acompanhado da família e de pessoas da igreja, além de poder tocar sua gaita. A partida foi construída com ele, o que permitiu uma despedida serena e com muita paz, respeitando os procedimentos que ele queria fazer. Nossa fé nos fortaleceu”, conta Luciane.

Para ela, o apoio e tranquilidade transmitida pela equipe multidisciplinar também foi um diferencial. “Família, clínica e equipe estavam em sintonia. A gente percebia que os profissionais de saúde estavam inseridos no contexto de conforto, respeitando e ouvindo ele e a gente. Isso nos ajudou muito e trouxe alegria ao ver que os profissionais também foram se despedir de meu pai quando chegou o momento da sua partida”.

Para o médico intensivista e paliativista, João Gabriel Ramos, membro do Comitê de Cuidados Paliativos da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e gerente médico da Clínica Florence, esse olhar ao familiar é um diferencial importante dessa abordagem mais completa. "Quando uma pessoa tem uma doença em estágio avançado e sem possibilidade de cura, toda a família e núcleo próximo também sofre. Por isso, os cuidadores também precisam de cuidado, o que é feito com o suporte da equipe multidisciplinar, que engloba psicólogos e assistentes sociais. Desta forma, eles são acolhidos e preparados para viver esse momento sensível da melhor maneira possível", pontua.

 
Sobre a Clínica Florence:
A Clínica Florence é o primeiro Hospital de Transição de Cuidados do Norte/Nordeste, especializado no atendimento a pacientes que necessitam de um Programa de Reabilitação intensiva ou Cuidados Paliativos de fim de vida — perfil Hospice.
Atualmente com duas unidades, uma em Salvador (BA) - inaugurada em 2017, e outra em Recife (PE) - inaugurada em 2021, representa um marco no tratamento humanizado, com instalações projetas com atenção aos mínimos detalhes para criar uma atmosfera mais pessoal e acolhedora e um serviço que possibilita maior interação entre o paciente e seus familiares. Conforto, segurança, acessibilidade, proteção e tranquilidade fazem parte de cada ambiente e influenciam diretamente no bem-estar dos pacientes e acompanhantes.
Atende a pacientes, em sua maioria procedentes de hospitais gerais, com indicação de cuidados multidisciplinares complexos com intuito de reabilitação intensiva, redução da complexidade dos cuidados, capacitação de familiares e/ou controle de sintomas. Trata-se de uma proposta de cuidado integral das legítimas necessidades de pacientes e seus familiares, em suas dimensões física, psicológica, espiritual e social, realizada por uma equipe interdisciplinar altamente qualificada. 
 


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