27/01/2019 às 16h06min - Atualizada em 27/01/2019 às 16h06min

Buscas são retomadas, e moradores são liberados para voltar para casa em Brumadinho

Segundo Corpo de Bombeiros, ainda há chance de encontrar sobreviventes

O Globo Cleide Carvalho, enviada especial
Moradores são retirados de casa em região de maior risco de ser afetado por rompimento de barragem de água Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
BRUMADINHO (MG) — As buscas por sobreviventes emBrumadinho (MG) foram retomadas na tarde deste domingo após não haver mais risco de rompimento da barragem 6, que fica ao lado da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu na sexta-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os moradores, que foram desalojados após a sirene de alerta ter sido acionada, já podem voltar para suas casas. Cerca de 3 mil pessoas foram levadas para a região mais alta da cidade.

Segundo o último boletim da Defesa Civil de Minas Gerais, divulgado no início da tarde, 361 pessoas foram localizadas, 192 foram resgatadas da lama e 287 continuam desaparecidas. Já foram registradas 37 mortes. Desses, 16 foram identificados, e 8 corpos foram entregues às famílias. O Corpo de Bombeiros vai divulgar ainda hoje uma lista unificada com o nome dos desaparecidos.

IMAGENS DE BRUMADINHO NESTE DOMINGO

Trabalhos de resgate em Brumadinho foram interrompidos na manhã de domingo por causa do nevoeiro e do mau tempo na região Ana Lúcia Azevedo - Agência O Globo

Trabalhos de resgate em Brumadinho foram interrompidos na manhã de domingo por causa do nevoeiro e do mau tempo na região Ana Lúcia Azevedo - Agência O Globo


Trabalhos de resgate em Brumadinho foram interrompidos na manhã de domingo por causa do nevoeiro e do mau tempo na região Ana Lúcia Azevedo - Agência O Globo
Casa destruída pela enxurrada de lama depois que uma barragem de rejeitos da mineradora Vale rompeu no distrito de Córrego do Feijão, em Brumadinho ADRIANO MACHADO / REUTERS

Casa destruída pela enxurrada de lama depois que uma barragem de rejeitos da mineradora Vale rompeu no distrito de Córrego do Feijão, em Brumadinho ADRIANO MACHADO / REUTERS


Casa destruída pela enxurrada de lama depois que uma barragem de rejeitos da mineradora Vale rompeu no distrito de Córrego do Feijão, em Brumadinho ADRIANO MACHADO / REUTERS
Defesa Civil interdita principal ponte de Brumadinho. Com risco de rompimento de uma outra represa da Mina do Feijao, da mineradora Vale, moradores foram retirados de suas casas Daniel Marenco / Agência O Globo

Defesa Civil interdita principal ponte de Brumadinho. Com risco de rompimento de uma outra represa da Mina do Feijao, da mineradora Vale, moradores foram retirados de suas casas Daniel Marenco / Agência O Globo


Defesa Civil interdita principal ponte de Brumadinho. Com risco de rompimento de uma outra represa da Mina do Feijao, da mineradora Vale, moradores foram retirados de suas casas Daniel Marenco / Agência O Globo
Diante do risco de rompimento da represa da Mina do Feijao, em Brumadinho (MG), famílias foram retiradas de suas casas neste domingo Daniel Marenco / Agência O Globo

Diante do risco de rompimento da represa da Mina do Feijao, em Brumadinho (MG), famílias foram retiradas de suas casas neste domingo Daniel Marenco / Agência O Globo


Diante do risco de rompimento da represa da Mina do Feijao, em Brumadinho (MG), famílias foram retiradas de suas casas neste domingo Daniel Marenco / Agência O Globo
Moradores da região aguardam no Centro Comunitário após a sirene tocar durante a madrugada devido ao risco do rompimento de outra barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho Márcia Foletto - Agência O Globo

Moradores da região aguardam no Centro Comunitário após a sirene tocar durante a madrugada devido ao risco do rompimento de outra barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho Márcia Foletto - Agência O Globo


Moradores da região aguardam no Centro Comunitário após a sirene tocar durante a madrugada devido ao risco do rompimento de outra barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho Márcia Foletto - Agência O Globo
Tendas improvidadas foram montadas para abrigar os moradores retirados de suas casas após o soar das sirenes alertando para o risco de rompimento de outra barragem, em Brumadinho (MG) Agência O Globo / Ana Lúcia Azevedo

Tendas improvidadas foram montadas para abrigar os moradores retirados de suas casas após o soar das sirenes alertando para o risco de rompimento de outra barragem, em Brumadinho (MG) Agência O Globo / Ana Lúcia Azevedo


Tendas improvidadas foram montadas para abrigar os moradores retirados de suas casas após o soar das sirenes alertando para o risco de rompimento de outra barragem, em Brumadinho (MG) Agência O Globo / Ana Lúcia Azevedo
Devido ao nevoeiro que atingiu a região, as equipes de resgate interromperam as buscas na manhã deste domingo porque não havia condição de pouso de helicópetros Márcia Foletto - Agência O Globo

Devido ao nevoeiro que atingiu a região, as equipes de resgate interromperam as buscas na manhã deste domingo porque não havia condição de pouso de helicópetros Márcia Foletto - Agência O Globo


Devido ao nevoeiro que atingiu a região, as equipes de resgate interromperam as buscas na manhã deste domingo porque não havia condição de pouso de helicópetros Márcia Foletto - Agência O Globo
As equipes de socorro não puderam dar continuidade ao trabalho de resgate por causa do forte nevoeiro que atingiu a região de Brumadinho (MG) Márcia Foletto - Agência O Globo

As equipes de socorro não puderam dar continuidade ao trabalho de resgate por causa do forte nevoeiro que atingiu a região de Brumadinho (MG) Márcia Foletto - Agência O Globo


As equipes de socorro não puderam dar continuidade ao trabalho de resgate por causa do forte nevoeiro que atingiu a região de Brumadinho (MG) Márcia Foletto - Agência O Globo
Na manhã deste domingo, com a melhora das condições do tempo, as buscas foram feitas apenas por helicópteros Márcia Foletto - Agência O Globo

Na manhã deste domingo, com a melhora das condições do tempo, as buscas foram feitas apenas por helicópteros Márcia Foletto - Agência O Globo


Na manhã deste domingo, com a melhora das condições do tempo, as buscas foram feitas apenas por helicópteros Márcia Foletto - Agência O Globo
Helicóptero sobrevoa estrada interditada após ser atingida pela lama no incidente com a barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho Cleide Carvalho - Agência O Globo

Helicóptero sobrevoa estrada interditada após ser atingida pela lama no incidente com a barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho Cleide Carvalho - Agência O Globo


Helicóptero sobrevoa estrada interditada após ser atingida pela lama no incidente com a barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho Cleide Carvalho - Agência O Globo
Marca da lama na vegetação do distrito de Córrego do Feijão, após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho Marcia Foletto - Agência O Globo

Marca da lama na vegetação do distrito de Córrego do Feijão, após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho Marcia Foletto - Agência O Globo


Marca da lama na vegetação do distrito de Córrego do Feijão, após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho Marcia Foletto - Agência O Globo
Voluntário da ONG Anjos do Asfalto tenta retirar uma vaca que está atolada na lama. Márcia Foletto - Agência O Globo

Voluntário da ONG Anjos do Asfalto tenta retirar uma vaca que está atolada na lama. Márcia Foletto - Agência O Globo


Voluntário da ONG Anjos do Asfalto tenta retirar uma vaca que está atolada na lama. Márcia Foletto - Agência O Globo
Os voluntários da ONG Anjos do Asfalto acabam desistindo depois que a Polícia Militar os impediu de retirar o animal da lama Márcia Foletto - Agência O Globo

Os voluntários da ONG Anjos do Asfalto acabam desistindo depois que a Polícia Militar os impediu de retirar o animal da lama Márcia Foletto - Agência O Globo


Os voluntários da ONG Anjos do Asfalto acabam desistindo depois que a Polícia Militar os impediu de retirar o animal da lama Márcia Foletto - Agência O Globo
Voluntários retiram de um caminhão garrafas de água mineral enviadas às pessoas afetadas pela tragédia em Brumadinho WASHINGTON ALVES / REUTERS

Voluntários retiram de um caminhão garrafas de água mineral enviadas às pessoas afetadas pela tragédia em Brumadinho WASHINGTON ALVES / REUTERS


Voluntários retiram de um caminhão garrafas de água mineral enviadas às pessoas afetadas pela tragédia em Brumadinho WASHINGTON ALVES / REUTERS
As sirenes de alerta tocaram às 5h30min deste domingo, em Brumadinho. Grupo aguarda notícias de familiares Daniel Marenco / Agência O Globo

As sirenes de alerta tocaram às 5h30min deste domingo, em Brumadinho. Grupo aguarda notícias de familiares Daniel Marenco / Agência O Globo


As sirenes de alerta tocaram às 5h30min deste domingo, em Brumadinho. Grupo aguarda notícias de familiares Daniel Marenco / Agência O Globo
"Tudo estava tremendo e vi enormes árvores e pessoas desaparecendo sob a lama", disse Emerson dos Santos, sentado no telhado da casa de sua família para proteger o que restou de seus pertences de saqueadores MAURO PIMENTEL / AFP

"Tudo estava tremendo e vi enormes árvores e pessoas desaparecendo sob a lama", disse Emerson dos Santos, sentado no telhado da casa de sua família para proteger o que restou de seus pertences de saqueadores MAURO PIMENTEL / AFP


"Tudo estava tremendo e vi enormes árvores e pessoas desaparecendo sob a lama", disse Emerson dos Santos, sentado no telhado da casa de sua família para proteger o que restou de seus pertences de saqueadores MAURO PIMENTEL / AFP
Gisele Santana está com o pai desaparecido. Ela consegue enviar mensagens para o celular dele, mas não obtém reposta. Daniel Marenco / Agência O Globo

Gisele Santana está com o pai desaparecido. Ela consegue enviar mensagens para o celular dele, mas não obtém reposta. Daniel Marenco / Agência O Globo


Gisele Santana está com o pai desaparecido. Ela consegue enviar mensagens para o celular dele, mas não obtém reposta. Daniel Marenco / Agência O Globo
Gisele Santana mostra seu celular com as mensagens enviadas a seu pai, que continua desaparecido Daniel Marenco / Agência O Globo

Gisele Santana mostra seu celular com as mensagens enviadas a seu pai, que continua desaparecido Daniel Marenco / Agência O Globo


Gisele Santana mostra seu celular com as mensagens enviadas a seu pai, que continua desaparecido Daniel Marenco / Agência O Globo
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O telefone 0800-2857000 foi disponibilizado para que parentes informem ao poder público o nome de desaparecidos para serem incluídos da lista oficial.
 

As sirenes de alerta tocaram às 5h30m. De acordo com a Vale, foi registrado um aumento do nível da água na barragem 6, que fica ao lado da barragem 1 da Mina do Feijão, que se rompeu na sexta-feira. A capacidade da barragem é de três a quatro milhões de metros cúbicos de água. À tarde, no entanto, ela está com 840 metros cúbicos, segundo os bombeiros, porque a empresa realiza a drenagem da água desde sábado. De acordo com a Vale, o nível de risco da barragem 6 caiu de de 2 para 1.

O tenente coronel Flávios Godinho, do Corpo de Bombeiros disse que ainda há chances de sobreviventes serem encontrados.

— Ainda há chance de encontrar pesoas com vida, mesmo com esse tempo. Pela experiência que a gente tem, a gente pode encontrar mais sobreviventes.

Entrada de Brumadinho foi bloqueada pela Polícia Militar após risco de novo acidente Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERS

Entrada de Brumadinho foi bloqueada pela Polícia Militar após risco de novo acidente Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERS


Entrada de Brumadinho foi bloqueada pela Polícia Militar após risco de novo acidente Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERS

 

A Polícia Militar fechou a entrada da cidade pela ponte do Rio Paraopeba.

— Enquanto houver risco, não vamos deixar que ninguém passe pelos bloqueios. É para garatir a vida. A sociedade precisa compreender essa proteção da PM — diz o porta-voz da PM, major Flávio Santiago.

Um grupo de cerca de 50 pessoas, maioria formada por parentes de desaparecidos, protestou no prédio da Estação Conhecimento, base de apoio da Vale, e pediu a presença do Exercito para comandar as operaćoes em Brumadinho. Há enorme insatisfaçao com a falta de informaçoes e com a paralisaçao das buscas. Alguns pessoas estão lá desde sexta em busca de notícias.

— Queremos que o pessoal fique em campo trabalhando, trazendo informaçao concreta. Ninguém dá 
informaçao, ninguém fala nada com a gente — disse Josué Oliveira Silva, um dos líderes do grupo. 

Davi Laurindo Pereira, 39 anos, é um sobrevivente. Na sexta-feira, estava em casa com a mulher e os dois filhos, Isabela, 18 anos, e Iraci, um garoto de 13, quando a barragem desabou. Ao ouvir o estrondo, na hora do almoço, correram para um morro próximo. A família se salvou,mas perdeu tudo. Sem teto, Davi procurou abrigo na casa de parentes.

Na madrugada deste domingo, a sirene tocou pela primeira vez - e pela segunda vez Davi, a mulher e os filhos tiveram de sair às pressas. 
Eram quase 10h da manhã e o grupo estava num posto de saúde de um bairro na área rural de Brumadinho, ainda sem saber onde ir. 
— Hoje teve sirene. No dia que precisou nao teve nada — reclamava Davi.

Foto aérea do complexo de barragens da Vale em Brumadinho Foto: Reprodução

Foto aérea do complexo de barragens da Vale em Brumadinho Foto: Reprodução


Foto aérea do complexo de barragens da Vale em Brumadinho Foto: Reprodução
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