21/07/2021 às 16h56min - Atualizada em 21/07/2021 às 16h50min

Crianças estão cada vez mais conectadas: entenda

Lucas Widmar Pelisari

Lucas Widmar Pelisari

Músico, escritor, formado em investigação forense e perícia criminal

Quem já passeou em algum lugar e viu crianças com celulares ou tablets nas mãos? Cena bastante comum, não é mesmo? Sim, atualmente, crianças conectadas fazem parte do dia a dia. 

Mas, o que estar conectado (a) significa? E há alguma maneira de diminuir esse contato constante com aparelhos eletrônicos? Além disso, o que estar conectado (a) ao mundo virtual pode afetar ou influenciar positivamente o desenvolvimento infantil? É sobre essas questões que falaremos! 

  1. Crianças conectadas: um panorama da realidade 

No Brasil, quase 90% da população formada por crianças e adolescentes está conectada à internet. 

Isso representa mais de 24 milhões de usuários da internet formados pelo público entre 9 e 17 anos de idade. Sem dúvida, é um número bastante significativo. 

De fato, o que muitas empresas já perceberam é que esse público também é um forte público consumidor. Assim, muitas campanhas de marketing digital são voltadas exclusivamente para esse nicho. 

Com isso, os produtos são cada vez mais divulgados em redes sociais, as quais têm acesso frequente do público mais jovem. 

Por outro lado, há também um público de crianças e adolescentes sem acesso à internet, sobretudo na zona rural do país, bem como nas classes D e E. 

Um recente estudo apontou que a principal causa de crianças ou adolescentes não terem uso frequente da internet é por não terem internet em suas residências, algo apontado por cerca de 1,6 milhões de pessoas que não usam a internet. 

O Brasil ainda é um país de grandes contrastes. E isso também se reflete no acesso à internet pelo público infantil e adolescente. Afinal, 92% do acesso à internet por esse público se dá em suas próprias casas, daí a importância do sinal de internet ser de qualidade nas residências. 

  1. O impacto da pandemia de COVID-19 

Durante a pandemia, as escolas foram obrigadas a fechar. Dessa forma, as aulas remotas, online, foram a saída encontrada para que o ensino não fosse parado. 

No entanto, nem todas as crianças e adolescentes contavam com internet em casa, menos ainda com dispositivos que pudessem ser utilizados para as aulas. 

Embora o uso dos smartphones seja predominante entre o público mais jovem, muitas aulas representavam dificuldades para esse público, a serem vistas nas pequenas telas dos smartphones. Afinal, nem todos dispunham de notebooks para acesso às aulas. 

 
  1. A exposição a riscos com crianças conectadas 

O uso da internet por crianças e adolescentes pode representar risco. Por isso, é essencial que pais estejam atentos ao que seus filhos fazem na internet. 

Não é impedir que eles tenham privacidade, mas é necessário, sobretudo com crianças pequenas, estar atento ao tipo de atividade online. 

Crianças pequenas podem ser alvos fáceis de predadores ou pessoas que buscam atividades ilícitas no meio online. Ou seja, os pais precisam estar atentos, sobretudo a pedidos de amizades de pessoas não-conhecidas, pedidos de fotos ou de informações mais pessoais. 

  1. Como minimizar o risco?

É necessário ficar atento (a) e instruir os pequenos a algumas ações, visando minimizar o risco da exposição online: 

1) Deixe claro para a criança que ela pode acessar a internet, mas isso deve ser feito não com portas trancadas. É importante que você, como pai ou mãe, possa ver o que está acontecendo;

2) Diga para a criança que se alguém pedir fotos, ela deve comunicar imediatamente seus pais e não fornecer fotos dela ou da família pela internet;

3) A criança não deve dar endereço a qualquer pessoa que pedir essa informação online ou seu nome completo, ou da escola onde estuda;

4) Entenda que seu filho (a) vai querer usar a internet, mas que essa não deve ser a única fonte de diversão para ele/ela;

5) Procure oferecer outras formas de diversão para os pequenos, seja um esporte ao ar livre, ou então brinquedos educativos, jogos em família, enfim, opções para que os pequenos não busquem somente na internet alguma interação ou diversão.

  1. Encontrando o equilíbrio na vida com crianças conectadas 

Pais e mães precisam entender que simplesmente tentar tirar a internet da vida de seus filhos (as) não é uma estratégia com bons resultados. 

Afinal, tanto aulas online quanto o acesso de redes sociais pode fazer parte do presente e do futuro dos pequenos. 

O importante é encontrar um equilíbrio e estabelecer algumas regras: 

  • Na hora das refeições, não usar o celular; 

  • Ter uma hora em que todos desliguem os aparelhos, para dormir, buscando um sono de qualidade. Preferencialmente, desligar os aparelhos ao menos meia hora antes de dormir; 

  • Em passeios com a família, deixar o celular de lado e curtir o momento; 

Buscando o equilíbrio, será possível que as crianças conectadas de hoje também tenham a alegria de momentos em família, os quais renderão ótimas memórias e não só buscar fotos para postar em redes sociais. 


 
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